Claudia Gomes

{ 1 } Autoconfiança.

Escritor não pode ter vergonha do que escreve, não pode ter medo de se autopromover, de colocar a cara a tapa, de receber críticas. Se você não vender o seu trabalho, ninguém o fará por você. Você precisa frequentar eventos, se divulgar, gritar ao mundo que você existe, ser ativo em redes sociais. Você precisa ouvir as críticas com bom senso, agradecer por alguém estar prestando atenção ao seu trabalho. E, claro, tentar melhorar.

{ 2 } Persistência.

O “não” a gente sempre tem. A gente está em busca do sim. Então é correr atrás de editoras e editais. E se nada der certo, hoje tem a internet pra dar uma força pra gente. Se autopublique, acredite em você. Caminhos, se não existem, a gente faz. A questão é o quanto você acredita em você.

{ 3 } Produto.

Meus livros não são um pedaço mágico da minha alma. Podem ser também. Mas a partir do momento em que eu o tiro da gaveta, ele é um produto. Algo que os leitores tem que gostar, pela capa ou não, mas que precisa ser consumido. Para isso eu tenho que desapegar da ideia de que o editor está tentando alterar minha obra de arte perfeita.

O editor está fazendo o trabalho dele que é editar, me ajudar a melhorar naquilo que não vi, já que não sou perfeito. E a ficar mais vendável. É claro que o editor é um ser humano, também passível de erros, mas se você coloca seu livro nas mãos de uma editora que está investindo em seu trabalho, você precisa considerar. E fazer o melhor que puder.

{ 4 } Perfeccionismo.

É complexo. Se você é bom, então seu trabalho nunca vai estar bom. Você sempre vai sentir que pode melhorar aqui ou ali e que nunca nada estará pronto. Cuidado com isso, tudo demais é ruim. Seja razoável consigo mesmo. Maaaas se você achar que está perfeito, ops! Cuidado com o ego. Encontre um meio termo.

{ 5 } Estrutura.

Aprendi em roteiro e levei pro livro: criar uma estrutura para a história antes de escrevê-la nos dá segurança do caminho e ajuda a fazer a história a funcionar mais facilmente. Antes de começar a escrever tenho que saber o final da história, mas saber o caminho ajuda MUITO!

{ 6 } Terapia

Há quem vai rosnar pra mim, mas escrever é terapêutico! Relaxa, desestressa, coloca o pensamento em outros mundos, nos faz ver a vida com outro olhar, nos permite ter empatia! …claro que não digo o mesmo para os prazos. Devia ter um Santo do Deadline Apertado pra eu poder rezar!

{ 7 } Profissão: Escrever!

É difícil viver da escrita? É. Mas tem vários caminhos. Desde de pegar freelas de redator até fazer roteiros de audiovisual, passando por se auto publicar na Amazon, no Wattpad. Fazer o que se gosta tem um preço, mas vale a pena! Então acredite: é possível, sim! Só não pode ter preguiça!

A vida é curta e o tempo é pouco: nunca consigo escrever tudo o que quero.

Claudia Gomes nasceu em 1984. Cinco anos depois entrava para a escola. Sofria bullying devido à religião dos pais e acabava sozinha. Em casa não tinha televisão. Era muita imaginação para driblar o tédio. A salvação era o bisavô que não sabia ler, mas sabia contar muitas histórias. Logo aprendeu a ler e descobriu que livros são portais mágicos.

Em 1992 começou a escrever. A paixão pela escrita só não a tornou uma bibliotecária porque tem alergia a poeira. 1997 e começou a contar histórias profissionalmente, além de receber sua primeira proposta de publicação, mas o pai não concordou com a ideia de uma escritora na família.

Em 2004 resolveu que o pai estava certo e virou bancária. Entrou em depressão profunda. Em 2006 voltou a escrever, ganhou dois prêmios literários, publicou Mariazinha em verso & prosa. No final de 2008 se mudou para o Rio de Janeiro. Dois anos depois lançou Sarau da Mariazinha. Em 2013/2014 estudou roteiro, começou a participar de eventos e cursos. Em 2015 trabalhou em duas séries para TV. Em 2016 publicou Hecatombe Hipotética.

Contribuição originalmente publicada no site Escriba Encapuzado

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