{ 1 } Não imite Bukowski.
O mundo está cheio de imitadores desse escritor. Muitos estão em filas nas agências de emprego. Não vale a pena. Todos os leitores preferem o original. Busque imitar algum outro bom autor que não esteja na moda. Albert Camus, talvez, seja uma boa alternativa.
{ 2 } Leia livros de autoajuda escondido.
Não tem erro. Nesse tipo de livro estão todos os ensinamentos. Então, pra quê correr em círculos? Vá direto a fonte do saber! Só, por favor, leia escondido. Pega mal um escritor sério ler esse tipo de “subliteratura”.
{ 3 } Puxe o saco de governos que estão no poder.
É batata! Inscreva seu projeto em leis de incentivo e babe bastante o ovo da turma que comanda a Cultura. Eles é que estão com o dinheiro (é pouco, mas dá pro gasto). Então, como dizem os americanos, siga o dinheiro.
{ 4 } Entre em alguma panelinha ou grupo seleto.
Não é fácil. Às vezes, você tem até que namorar alguém que não presta, mas se isso vai te aproximar das pessoas que fazem a roda girar em sua cidade – como os que coordenam eventos, escrevem em jornais, fazem críticas em blogs – vá sem medo. Amigos divulgam amigos.
{ 5 } Não fique “só” com a literatura. Tenha alguma causa ou bandeira para lutar.
A vida não se limita à literatura. Você pode escrever mal pra cacete, mas com uma causa nobre (mobilidade urbana, cicloativismo, liberação de drogas, vegetarianismo, entre outras), suas chances de aparecer na mídia como “especialista” e fonte fidedigna aumentam muito. E, por consequência, a vendagem de seus livros também.
{ 6 } Morra cedo.
Se nada der certo. Essa é uma opção. Um tanto desesperada, mas muitos autores se utilizam disso. Se você é um daqueles que se preocupa muito com dinheiro, essa alternativa é um problema, pois os direitos de sua obra vão ficar pra alguém da família. E sabe como é família…
{ 7 } Não acredite jamais em dicas, receitas ou caminhos fáceis.
Isso não existe no mundo da arte. Como dizia o pequeno filho do rei: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. E você não vai cativar porra nenhuma com fórmulas utilizadas por outros. Ok, isso é dica, eu sei… Mas é uma das melhores que tem por aí.
Lucas Barroso é jornalista e escritor, nascido em Porto Alegre. Autor de Virose (2013), seu romance de estreia, pela editora Bartlebee. Pela mesma editora sai seu segundo livro, O Ano dos Mortos (poesia). O escritor também mantém o blog Café Preto e Solidão e é colunista do site Mínimo Múltiplo.
Contribuição originalmente publicada no site Escriba Encapuzado
Melhor fiz eu, que não acreditei em nada desde o início da leitura.