{ 1 } A primeira versão não é o texto pronto.
É preciso revisar e isso significa encarar uma sistemática que envolve uma série de passos que incluem trama/estrutura, dinâmica de diálogos, construção de personagens, vícios de linguagem e português/ortografia.
Existe uma série de livros e manuais que falam sobre o assunto e que me ajudaram muito a montar uma estratégia de revisão eficiente. Para quem quiser conferir, os que mais gosto são os do James Scott Bell. A revisão é trabalhosa, mas vale a pena.
{ 2 } Os personagens são a chave da história.
Pessoas se interessam por histórias de outras pessoas. A alma de “Noite sem Fim” [livro próprio] é o Martin. O contexto da história pode ser interessante, mas o que conta mesmo é a jornada do protagonista.
{ 3 } Advérbios são a marca de que estou escrevendo no modo preguiçoso.
Na hora de revisar “caço” os advérbios sem piedade. Deixo alguns que realmente eram importantes. A maior parte deles, porém, mostra que a frase precisa ser reescrita com um verbo realmente mais apropriado.
{ 4 } Não devo esperar condições ideais de temperatura e pressão para escrever.
Tenho uma vida corrida e cada vez menos tempo de sobra. Se eu for esperar a casa ficar silenciosa ou o meu cansaço diminuir só um pouquinho sabe o que acontece? Acabou. Fim da linha. Não tem mais produção nenhuma. O negócio é sentar e escrever.
{ 5 } Recorrer a um leitor crítico.
Fundamental. As opiniões de mãe/pai, namorada (o), esposa/marido e até daquele brother que joga futebol com você desde sempre são muito importantes e o incentivo deles é fundamental. Apesar disso, nada se compara com o diagnóstico de um profissional que faz isso todo dia.
{ 6 } Ler o contrato.
Entre vinte e trinta vezes bastam. Na maior parte das vezes, pelo menos.
{ 7 } Eu preciso de um tempo.
Todo mundo precisa. Autores precisam de tempo para produzir. A concepção, a primeira versão e a revisão são demoradas. É preciso se dar este tempo, mas sempre produzindo.
Roberto Campos Pellanda é escritor de ficção fantástica, autor da série de livros O Além-mar. Apaixonado por livros e louco por uma história bem contada, criou no universo do Além-mar um mundo onde a paixão pela literatura é uma das grandes forças que impulsionam a trama.
Aficionado por manuais de técnica literária, é conhecido pela linguagem simples e precisa, e pelo cuidado na estruturação da trama. Entre os projetos para o futuro imediato estão uma nova série de fantasia e um título avulso. O combustível criativo sendo sempre, e acima de tudo, a vontade de continuar produzindo.
Contribuição originalmente publicada no site Escriba Encapuzado
1 thoughts on “Roberto Campos Pellanda”