Pâmela Rodrigues

{ 1 } Não se rotule.

Se quiserem rotular você como escritor de um determinado gênero, não discuta. As pessoas, muitas vezes, têm a necessidade de “encaixar” todo mundo em grupos (seja lá do que for). Mas, é muito diferente quando você se rotula. Quando um escritor assume um rótulo ele se limita. É complicado desfazer a imagem pintada depois.

A criadora do Harry foi rotulada como escritora infantil. Recentemente lançou um livro com gênero bem diferente e anda recebendo críticas-recado que a mandam voltar para a seara que ela domina. Claro que um escritor pode ignorar as críticas e ser feliz. Entretanto, quem se permite rotular pode se aprisionar. Depois de aprisionado, precisará se permitir libertar. São processos distintos e difíceis.

Escrever é arte. E arte precisa de liberdade (do artista) para existir. Não vou entrar nas diversas prisões que uma pessoa pode ter, mas a prisão do campo de atuação pode ser muito nociva para um grande talento.

{ 2 } Não force a inspiração.

Você está inspirado ou não está. As letras fluem a partir de você ou não. Não há meio termo. Você pode rabiscar frases e expressões, mas para criar seu texto, crônica, poema… precisa ter domínio das palavras de redige. Se passar mais tempo pensando nas frases e na conexão entre elas que escrevendo seu texto, é melhor parar e ir fazer qualquer outra coisa porque o resultado, feito desta forma, não será bom.

{ 3 } Se permita inspirar, não desvirtuar.

Existem escritores de gêneros diversos. Acredito que todos possam escrever sobre o que quiserem, mas nem todo escritor pensa assim e, fato é que existem temas sobre os quais não desejo escrever. Entretanto, alguns temas pipocam em determinadas épocas e decidir escrever sobre algo porque é o “hit” não vale a pena. É furada. Pode “descredibilizar” um escritor. As vezes dá vontade, mas a fidelidade ao próprio estilo precisa sempre falar mais alto.

{ 4 } Não seja preconceituoso.

Um escritor antes de tudo é um leitor. Você não vai ler todos os autores e livros do universo, mas ignorar alguns porque não fazem seu estilo não é legal. Se um escritor tem grande público, algo ele deve ter de bom, mesmo que você duvide. Eu sei que alguns “populares” são difíceis, muito difíceis, mas o campo da inspiração ganha forma com a leitura. Mesmo que seja para reafirmar a escrita que você nunca vai querer ter na vida.

Sempre acreditei e permaneço crendo que um escritor não pode apenas repousar confortavelmente em zonas literárias que o convém. Ler e conhecer, para um escritor, é remédio e antídoto.

{ 5 } Seja honesto com suas letras.

Não ser preconceituoso não significa que você vai perder sua essência. Como disse, um escritor pode escrever sobre o que quiser. Mas este querer não significa compor algo apenas para vender (porque a temática é sucesso entre um determinado nicho, ou qualquer coisa deste tipo). Quem escreve precisa ser verdadeiro com as letras que compõe.

Escrita, para alguns é negócio, mas antes de tudo é uma arte. Arte implica honestidade, essência, ousadia, risco. Não é escritor aquele que enxerga um mercado e rabisca meia dúzia de rimas. Quando um mercado explode muitos amadores surgem. Antes de escrever é preciso coragem para seguir o rumo que seja coerente com você, o escritor.

{ 6 } Parece impossível, mas o que você escreve pode não ser interessante para alguém.

Pois é! Centenas de milhares de pessoas podem amar o que você escreve e meia dúzia dizer que é bobo. Acredite, você vai ter de conviver com isso sem o sentimento de ser um escritor ruim. Há aqueles que não conseguem ouvir coisas negativas sobre o que escrevem, péssimo defeito.

A arte de escrever implica ganhar admiradores, simpatizantes e até, em alguns casos, opositores. Poderia citar alguns exemplos famosos, mas vou evitar a fadiga. O importante é estar preparado para ouvir e ler que alguns amam o que você faz e outros podem viver toda uma vida sem conhecer seus escritos e serem felizes do mesmo jeito. Parece impossível, eu sei, mas pode acontecer. 🙂

{ 7 } Arrisque!

Se escrever e guardar em seu caderninho artesanal só você achará bonito. É preciso colocar as letras para ganharem mundo. Não tem editora, não trabalha em revista, enviou trabalhos para lugares diversos e foi negado??? Faça um blog. É tão fácil, tão barato.

Encontre seu público. Faça vídeos com leituras de seus textos. Promova sua arte. Seja seu primeiro agente-empresário-entusiasta-editor!!!! Faça acontecer, esqueça o medo. Mostre o que você escreve. Para ser lido é preciso que haja alguma possibilidade para que suas letras sejam encontradas. A internet é um mundo sem portas e sem fronteiras, pense nisso! Fica a dica!

Pâmela Rodrigues não é veterana, tampouco iniciante. É escritora e blogueira e acredita que o universo dos blogs, para os que sonham, mas ainda não possuem passos dados na vida profissional da escrita, seja inegavelmente um espaço de escritores. Mantém o blog Liste e Realize, e pode ser contatada pelo e-mail listerealize@gmail.com

Contribuição originalmente publicada no site Vida de Escritor

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