Como escritora iniciante existe muitas outras coisas que ainda vou aprender. Mas já escolhi o caminho de continuar não sabendo de tudo só para poder aprender mais a escrever. Tentei colocar minhas observações em sete dicas para que o que aprendi possa ajudar a outros escritores. Deixo meu e-mail para quem queira trocar ideias sobre o assunto: lica.moreira.escritacriativa@gmail.com
{ 1 } Aprendi que um escritor escreve com o coração e depois reescreve com a cabeça.
Quando temos uma ideia para uma história devemos escrevê-la do jeito que ela vem aparecendo. Sem importar muito com a combinação das palavras. Apenas tentando respeitar o ritmo e o desenvolvimento da trama. Depois de tudo pronto devemos revisar a obra com olhos secos e imaginar que não somos mais quem escreve, mas quem lê o que foi escrito.
{ 2 } Aprendi a resguardar os textos sob a minha autoria.
Aconselho a quem terminou de escrever um livro e tem certeza que quer tentar publicá-lo, assim que achar que escreveu tudo que podia e queria, registre a obra na Fundação Biblioteca Nacional. Faça isto antes mesmo de ver a obra finalizada nos acabamentos. Leva de 1 a 3 meses para receber o documento de averbação da obra, até lá você tem tempo para rever de novo o que escreveu e escolher para onde vai encaminhar o livro. Posteriormente, se precisar, pode solicitar as alterações da obra sob o registro. A maioria das editoras não exige, mas é prudente ter registrado a nossa autoria de uma escrita quando enviamos nosso trabalho.
{ 3 } Aprendi a ganhar tempo.
Dificilmente alguém tem uma casa no lago e escreve um dia inteiro, por não ter mais nada o que fazer, inspirado pela paisagem tranquila ao seu redor. Aprendi a achar tempo em meio as minhas tarefas agitadas com a família e o trabalho. Além do tempo exclusivo que dedico à escrita. Mas chamo a atenção que aqui cabe o pensamento: o que conta é a qualidade e não a quantidade. Por isso sempre precisamos ter uma rota de fuga para a escrita quando do nada surge a criatividade.
{ 4 } Aprendi a perder dinheiro.
Ter a obra publicada exige um pouco mais do que nossos neurônios podem criar. Há muitos custos financeiros, que acho valerem o peso, para realizar o sonho de publicar um livro, como pagar: pelo registro da obra; um avaliador para uma leitura crítica, e isto eu recomendo com muita insistência; uma revisão técnica ou orientação de texto; as cópias e postagens do texto para as editoras.
{ 5 } Aprendi a enxergar os excessos e aceitar os cortes.
Em uma escrita, pelo menos para mim, criar uma história é 20% do trabalho, colocá-la no papel 30%, concluí-la e consertá-la para se tornar uma obra factível é 50% e a alma do negócio. Se eu acho que criei um texto muito bonito para retratar um personagem, mas algo nele me incomoda por uma ou mais noites, apago e refaço a parte. Todo escritor tem uma luzinha crítica dentro de si e no fundo sabe o que realmente não está dando certo na sua obra. Muitas vezes abri mão de um capítulo inteiro para a história prosseguir.
{ 6 } Aprendi a não subestimar quem vai ler meus textos.
Não devemos cansar a inteligência de quem nos lê. É importante evitar palavras difíceis, os erros ortográficos e gramaticais, mesmo que estejamos entregando a obra para nossa mãe ou um amigo para uma olhadinha rápida. Pior que uma obra sem conteúdo interessante é um texto cheio de errinhos. Então, devemos tentar arduamente escrever corretamente: ortografia e sintaxe. Ajuda muito os dicionários e gramáticas on line. Deixo até a dica do VOLP Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa).
{ 7 } Aprendi a esperar o momento certo.
Quando escrevemos algo e acreditamos que outras pessoas vão gostar, não podemos em tempo algum desistir de publicar. Caso nenhuma editora tenha aceitado sua obra ou se você por medo ainda nem tentou enviar eu aconselho a guardar sua escrita em cima da mesa, nunca na gaveta. Constantemente, muitas organizações estaduais e federais promovem concursos de criação literária, inclusive para iniciantes. Onde o prêmio maior para o autor não é o dinheiro, mas a publicação. Esteja antenado com os sites da FUNARTE, FBN e Ministério da Cultura. Eu ainda estou esperando as estrelas se alinharem nos céus a meu favor para ter uma obra com ISSN na capa.
Lica Moreira é uma escritora iniciante em busca de seu caminho.
Contribuição originalmente publicada no site Vida de Escritor