Fernanda de Aragão

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Não ter medo de escrever algo realmente ruim. Mas muito ruim mesmo. De amassar, jogar fora, deixar escondido no fundo da gaveta para nunca mais.

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Enfrentar o texto ruim do item acima. Desamassá-lo, resgatá-lo da lixeira, tirá-lo do fundo da gaveta. Retrabalhá-lo, se puder. Claro que nenhum escritor gosta de contabilizar essa experiência de querer jogar um texto no lixo, de tão péssimo, e não poder. No entanto, em muitas ocasiões, se faz necessário entregar um texto desses a um editor.

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Escrever mesmo quando a inspiração não vem. E tem vezes que a inspiração não aparece por muito, muito tempo. Este escrever mesmo quando a inspiração não vem serve para criar hábito e se torna um processo de fundamental importância a todos que querem se viver através da literatura nas suas formas consumíveis: livros, e-books e outros formatos impressos e/ou digitais.

{ 4 }

E quando a inspiração está que está, é preciso uni-la ao trabalho duro. Mas muito trabalho, pois cada texto para ser lapidado deve estar muito além do óbvio e requer esforço. Não tem jeito.

{ 5 }

Deixar os amigos tirarem você de casa. São eles que permitem que as coisas não entrem num vazio, num oco, sem eco e dão significado à existência do escritor e seu ofício, quase sempre solitário.

{ 6 }

Escutar a opinião de um primeiro leitor que não é do meio literário. Uma pessoa que não é acadêmica pode fazer uma leitura intuitiva do texto e devolver um feedback distante das fórmulas acostumadas ao meio editorial e você se sentirá livre para fazer modificações ou não.

{ 7 }

Enviar o texto para um segundo leitor do meio literário. E de altíssima competência, envolvido com o tipo de literatura que você se interessa em escrever. Ele vai devolver críticas úteis para a adequação do texto e você se sentirá livre para fazer modificações ou não.

Fernanda de Aragão e Ramirez é escritora e arte-experimentadora. Criou o projeto Diz-Quetes, e outros, junto ao Letra Corrida, ateliê de Literatura e Criatividade. Posta sobre literatura no Cinco de Outubro. Seu primeiro livro, Língua Crônica, foi premiado pela União Brasileira de Escritores, em 2009. Em 2010/2011, recebeu a Bolsa Funarte de Criação Literária.

Alegre e inquieta, registra seus devaneios sobre Divulgação Científica no Polegar Opositor e colabora com o Jornalirismo. Edita os fanzines Vestindo Outubros e Sujeito Simples. Junto com Thina Curtis contribui para o Movimento de Cultura Independente Fanzinada. É paulistana de nascimento. Em conjunto com amigos criou o blog Ser-Tão Paulistano. “Fê.liz”, se diz mais “Fê.bricitante” do que “Fê.menina”.

Contribuição originalmente publicada no site Escriba Encapuzado

3 thoughts on “Fernanda de Aragão

    1. A contribuição da Fernanda Aragão é uma de minhas favoritas.
      Que bom que também lhe inspirou.

      Já que está gostando tanto da série, o que acha de contribuir compartilhando as 7 coisas que você já aprendeu como escritora?

      Abraços,

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